A tia de Guilherme Silva Guedes, de 15 anos, morto e torturado por policiais militares no bairro da Vila Clara, na zona sul de São Paulo, sente pânico
toda vez que o irmão do rapaz, Gustavo, sai de casa para ir ao mercado. “Tento mantê-lo perto de mim a maior parte do tempo”, diz Andreza da Silva Noronha, de 37 anos. Para Luciangela dos Santos, 48 anos, que perdeu a neta Sophia, de 3, vítima de violência sexual e doméstica, o medo e a lembrança surgem sempre que vê uma criança sozinha com um adulto dentro de casa.
Em comum, Andreza e Luciangela têm o fato de terem perdido o sobrinho e a neta para a violência letal no Brasil. Guilherme e Sophia fazem parte do contingente de 35 mil crianças e adolescentes mortos de forma violenta no país nos últimos cinco anos. Isso representa uma média de 7 mil por ano, ou 19 crianças e jovens que perdem a vida a cada dia.
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