Uma organização criminosa que aplicava golpes de dentro de presídio no Mato Grosso do Sul, fazendo vítimas em todo o Brasil, inclusive no Distrito
Federal, foi desarticulada pela Polícia Civil do Distrito Federal, sob coordenação investigativa da DECRIN e com o apoio operacional da CORPATRI, CORD, Polícia Civil do Mato Grosso e da Penitenciária de Mata Grande, Rondonópolis/MT, nesta sexta-feira (22).
De dentro do Presídio de Mata Grande partiam as ordens e articulações do grupo criminoso, que tinha um dos internos do presídio como chefe da organização criminosa. Do lado de fora um comparsa em regime semi-aberto com tornozeleira eletrônica e a namorada do cabeça da organização, tinham funções para garantir o andamento do golpe.
Os criminosos conseguiam informações sobre pacientes idosos em estado crítico e conseguiam entrar em contato com os familiares, se passando por médicos, e se aproveitando da situação de vulnerabilidade dos envolvidos, criavam uma situação para que o paciente tivesse então que fazer um exame indispensável que o plano não cobriria. Dessa forma a família era induzida a depositar a quantia do exame em uma suposta conta do médico para que o exame fosse realizado com urgência.
A organização chama atenção pela articulação dos golpes. Segundo a delegada Cyntia Cristina de Carvalho, da DECRIN, foram apreendidos celulares e cadernos com números de supostas vítimas. Nos cadernos os detalhes de todos os passos que os criminosos deveriam seguir no golpe, com uma espécie de roteiro, inclusive com orientações ao uso de palavras do jargão médico. Os celulares e chips eram trocados com frequência, e adentravam o presídio através de drones avaliados em R$10 mil reais, financiados pelos golpes. Também foi identificado que várias contas foram criadas para o depósito e saque do montante dos golpes, com o intuito de não serem identificados.
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